sábado, 26 de janeiro de 2013

A História do Atari 2600



Em outubro de 1977 o Atari foi lançado nos EUA. Na verdade, o console se chamava Atari Video Computer System e com ele o conceito de videogame mudaria para sempre.
 
Pela primeira vez, um console poderia ter centenas de jogos, ao invés de ser uma caixa com uma pré-seleção de um punhado de games, como os anteriores. Como o Atari CX2600 teria os jogos em cartuchos, a variedade de games difentes era o maior apelo aos gamers. Seria possível criar uma indústria de produtoras de jogos para o sistema, um novo mercado com lançamentos constantes sem que o consumidor precisasse comprar um novo console.

A CRIAÇÃO DO ATARI 2600

A Atari ficava em Sunnyvale, na Califórnia. Alguns funcionários da companhia, mais precisamente os designers Steve Meyer, Joe Decuir e Harold Lee, iniciaram um projeto chamado Stella em 1976. O dono da Atari, Steve Bushnell, percebeu que não teria fundos suficientes para que eles concluíssem o ambicioso projeto, então ele vendeu a Atari para a Warner Communications em outubro do mesmo ano por 28 milhões de dólares.

O projeto então decolou e quando foi lançado se chamou Atari 2600 ou Atari Video Computer System, nome mais usado para fins de marketing. O sistema contava com um micro-processador de 1.19 Mhz e 8-bits. A memória RAM era de apenas 128 bytes, para manter os custos de produção baixos.
Claro que isso dificultou e muito a programação dos jogos. Os desenvolvedores tiveram que fazer milagre para permitir que os games rodassem nos 128 bytes de memória. O primeiro "truque" usado é que os jogos eram carreados diretamente a partir da ROM (o código não era copiado para a memória RAM como atualmente), o que liberava a memória RAM para ser usada em variáveis e pequenos blocos de código que precisavam de execução rápida.


Como o chip TIA 1A não oferecia memória de vídeo, a atualização da tela não podia ser feita usando um frame-buffer (em outras palavras, não pra armazenar uma cópia da imagem na memória de vídeo como se faz hoje). Aproveitando o fato de que o Atari era ligado na TV (que trabalha com uma taxa de atualização fixa de 30 Hz interlaçados), os projetistas criaram um sistema engenhoso, onde a imagem era atualizada linha a linha, em um processo contínuo, onde o processador precisava armazenar apenas alguns poucos bytes relacionados aos pixels seguintes.

A necessidade de sincronizar a atualização da tela com as demais tarefas executadas pelo software complicava bastante o desenvolvimento dos jogos para o Atari, mas acabou se revelando um fator essencial, já que permitiu que o console exibisse gráficos muito superiores ao que seria possível obter de outra forma. Os jogos bem programados conseguiam manter uma movimentação fluída, mesmo com a atualização da tela sobrecarregando o processador. O grande talento dos programadores tornou isso possível, pois conseguiam aproveitar ao máximo cada linha de código em assembly. Os cartuchos de Atari utilizavam ROMs de 1 a 4 KB e, para os jogos mais "pesados", existia a opção de incluir 128 bytes de memória adicionais no cartucho, suplementando a memória interna do console.

Inclusos na caixa do aparelho estavam dois joysticks e dois controles chamados de paddle, que consistia em uma roda com um botão, ao invés do manche do joystick. O joystick era o CX40, enquanto o paddle era o CX30. Um adaptador que contava com uma chave seletora TV/Game permitia a conexão com as televisões. Além dos controles e do adaptador, o jogo Combat fechava o pacote. Quando o Atari foi comercializado no Brasil pela Polyvox, apenas os joysticks acompanhavam o Atari e o jogo grátis era Missile Command. O detalhe em madeira na frente do console também foi substituído por plástico preto.




Quando o Atari foi lançado nos EUA, 8 jogos estavam disponíveis nas lojas: Air-Sea Battle, Basic Math, Blackjack, Indy 500, Star Ship, Street Racer, Surround e Video Olympics. Com a consolidação do Atari no mercado, a empresa lançou vários periféricos para o console: teclado, usado em jogos como A Game of Concentration e Basic Programming, um touch pad para Star Riders, volante para o Indy 500, um controle com uma trackball para games como Centipede e Crystal Castles e por fim um controle para crianças junto com a série de games Sesame Street. Um módulo de computador foi anunciado como sendo uma expansão do Atari, mas nunca foi lançado.

Nos EUA o Atari foi vendido inicialmente por 199,95 dólares. Era bem caro para a época e a Warner não lucrou muito com as vendas do console. O que trazia um lucro extraordinário para a empresa era a venda dos cartuchos de jogos. Um jogo foi o grande responsável pelo enorme sucesso do console.

SPACE INVADERS E ATARI

Em 1979 os arcades dispararam com Space Invaders. A Atari garantiu os direitos do game, que tinha sido criado pela Taito Corporation e em janeiro de 1980 lançou uma versão para o Atari 2600. Com Space Invaders o console vendeu como água. Só para se ter uma ideia, ao final de 1979 o sistema tinha vendido 200 milhões de dólares, depois de Space Invaders a Atari fechou 1980 com vendas superiores a 400 milhões de dólares. Era 1/3 de todo lucro da Warner no ano.




Vendo o sucesso que um port de jogo de arcade poderia trazer, a Atari começou a investir pesado em outros sucessos de arcade: Asteroids, Missile Command, Berzerk e Pac-Man foram os carros-chefes. Outro fronte atacado foi o de jogos baseados em filmes. Caçadores da Arca Perdida e E.T.
lotaram os cinemas, mas venderam muito abaixo do esperado como jogos de Atari. Inclusive, se fala muito que E.T. foi o último prego no caixão do Atari 2600, mas isso é assunto mais para frente.

ATARI E ACTIVISION - O COMEÇO DO FIM

Com o sucesso do Atari 2600 era inevitável que outras empresas entrassem na competição pelo mercado de jogos. O pior é que a maior concorrente da própria Warner/Atari viria de dentro da própria Warner! Descontentes com as rígidas condições de trabalho impostas pela Warner, os programadores David Crane, Larry Kaplan, Alan Miller e Bob Whitehead deixaram a Atari para fundar uma nova empresa em 1981, a Activision.
Logo em seus primeiros passos a nova concorrente da Atari lançou ótimos jogos que se tornariam clássicos: Pitfall, River Raid, Keystone Kapers, Hero, Freeway e Kaboom. Com o caminho aberto pela Activision, outras pequenas empresas quiseram entrar na brincadeira, inundando o mercado de jogos para Atari. Imagic, Parker Brothers, Coleco e M Network, entre outras, lançavam uma tonelada de novos jogos.


 Hero, clássico da Activision para Atari


É fácil pensar que isso era ótimo para os donos do Atari 2600. De fato, no começo era o paraíso, uma oferta incrível de jogos a qualquer momento. Porém, cada vez mais os prazos de lançamento e custos de produção eram encurtados pelas produtoras e o resultado foi fatal. Games de péssima qualidade eram mais regra do que exceção, consoles concorrentes ganhavam mais espaço, como os mais avançados Colecovision e Intellivison. O Atari 2600 declinou rapidamente e a indústria de games como um todo entrou em colapso em 1983.


NES - A RESSURREIÇÃO

 

 Apenas em 1985 a indústria rescussitaria através do Nintendo Entertainment System, o NES ou Nintendinho para os íntimos. Com a volta da indústria, a Atari ainda tentou um último suspiro com o relançamento do Atari 2600 no final dos anos 80. Com novos jogos como Solaris and Midnight Magic, o console de mais de uma década ganhou uma versão com design mais compacto e moderno, além de uma campanha de marketing que dizia: "The Fun is Back" (A diversão está de volta). Mesmo custando meros US$49.00, o Atari 2600 não era páreo para a enorme popularidade do NES. Ainda tinha o Master System da Sega entrando na jogada, assim o Atari 2600 foi pulverizado pela concorrência.

 

Conheça o post sobre alguns jogos do Atari aqui.

Um comentário:

  1. OLA AMIGOS E AMIGAS VENDEMOS VIDEMOS GAMES ANTIGOS BRINQUEDOS ETC ACEITAMOS ENCOMENDAS TEMOS ATARI AMERICANO ENTRE OUTROS VIDEOS GAMES TODOS IMPORTADOS E ORIGINAL INTERESSADOS MANDE EMAIL PARA dvdsdesenhosseriados@gmail.com OU ME ADD NO FACE BOOK
    http://www.facebook.com/dvdsraros.antigos

    ResponderExcluir